segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Psicologia e Escalada

Psicologia e Escalada

É impossível prever com exatidão quando as montanhas despertaram fascínio e sentimentos na humanidade, desde o início da história humana o homem sempre esteve presente nas montanhas, seja em suas viagens exploratórias ou migratórias. Na Grécia Antiga o “fator respeito” fizera com que ninguém se atrevesse a subir o Monte Olímpo morada dos Deuses e nem fariam, pois fazer força era para escravos, no decorrer da idade média na Europa acreditava se que as montanhas eram habitadas por monstros e o “fator medo” manteve os europeus longe das montanhas por muito tempo. Na América tempos antes de ser invadida por Colombo, tribos indígenas levadas pelo “fator estratégia” se reuniam em volta de vulcões adormecidos e suas terras férteis, neste mesmo continente um pouco mais ao sul índios levados pelo “fator raciocínio” construíram a quatro mil metros de altitude uma cidade organizada e avançada ao seu tempo.
No século XVIII o montanhismo em seu processo evolutivo passou de atividade de exploração da natureza para adquirir características de esporte, continuando esse processo evolutivo no final do século XX assumiu uma proporção como esporte moderno. Hoje o esporte encontra-se vinculado as normas da sociedade através de seus componentes e relações comerciais, tecnológicas e produtivas, despertando novos sentimentos.

Derivada do montanhismo a escalada é um esporte que se divide em várias modalidades, praticada individualmente ou em grupo e ao contrário do que se imagina não só desenvolve aptidões físicas, sendo uma excelente atividade que auxilia no campo psicológico de seus praticantes, podendo ser considerado um bom meio de diminuir a ansiedade e o estresse da atualidade.

Durante a atividade o escalador desenvolve a coordenação motora e estimula processos cognitivos como: concentração, foco, atenção, autocontrole, consciência corporal, elaboração do pensamento e a capacidade de superação. Por ser um esporte evolutivo trabalha também: autoconfiança, determinação, disciplina, planejamento, responsabilidade, desafio, persistência, iniciativa, tomada de decisão, orientação espacial e temporal, entre outros...

Outro ponto relevante é que a escalada pode ser realizada em grupo, auxiliando no processo de socialização, comunicação, amizade e confiança mútua. Tais benefícios podem ser percebidos e aproveitados principalmente no decorrer da atividade, por combater aspectos psicológicos como medo, estresse e insegurança.

É importante salientar que os fatores psicológicos afetam de forma direta e indireta durante toda a escalada uma vez que o psicológico equaciona e responde de forma efetiva a demanda de toda a prática e lidar com estes fatores faz perceber que nossas capacidades mentais podem ser mais limitadas que as físicas.

Esta atividade que atua nos aspectos fisiológicos, biomecânicos e psicológicos, permite passar por tantas adversidades e ainda querer continuar mais e mais, faz com que a cada dia surjam novos praticantes, pois além de todos estes benefícios a escalada relaxa trazendo bem-estar e qualidade de vida.

Texto: Escalada e Psicologia
Alexsandro Martins "Escalador"
Karla Patricia "Psicóloga"