Psicologia e Escalada
É impossível prever com exatidão quando
as montanhas despertaram fascínio e sentimentos na humanidade, desde o início
da história humana o homem sempre esteve presente nas montanhas, seja em suas
viagens exploratórias ou migratórias. Na Grécia Antiga o “fator respeito” fizera
com que ninguém se atrevesse a subir o Monte Olímpo morada dos Deuses e nem
fariam, pois fazer força era para escravos, no decorrer da idade média na Europa
acreditava se que as montanhas eram habitadas por monstros e o “fator medo”
manteve os europeus longe das montanhas por muito tempo. Na América tempos
antes de ser invadida por Colombo, tribos indígenas levadas pelo “fator
estratégia” se reuniam em volta de vulcões adormecidos e suas terras férteis,
neste mesmo continente um pouco mais ao sul índios levados pelo “fator
raciocínio” construíram a quatro mil metros de altitude uma cidade organizada e
avançada ao seu tempo.
No século XVIII o montanhismo em seu
processo evolutivo passou de atividade de exploração da natureza para adquirir
características de esporte, continuando esse processo evolutivo no final do
século XX assumiu uma proporção como esporte moderno. Hoje o esporte
encontra-se vinculado as normas da sociedade através de seus componentes e
relações comerciais, tecnológicas e produtivas, despertando novos sentimentos.
Derivada
do montanhismo a escalada é um esporte que se divide em várias modalidades, praticada
individualmente ou em grupo e ao contrário do que se imagina não só desenvolve aptidões
físicas, sendo uma excelente atividade que auxilia no campo psicológico de seus
praticantes, podendo ser considerado um bom meio de diminuir a ansiedade e o
estresse da atualidade.
Durante a atividade o escalador desenvolve a
coordenação motora e estimula processos cognitivos como: concentração, foco,
atenção, autocontrole, consciência corporal, elaboração do pensamento e a capacidade de superação. Por ser um esporte
evolutivo trabalha também: autoconfiança, determinação, disciplina,
planejamento, responsabilidade, desafio, persistência, iniciativa, tomada de
decisão, orientação espacial e temporal, entre outros...
Outro ponto relevante é que a escalada pode ser realizada
em grupo, auxiliando no processo de socialização, comunicação, amizade e
confiança mútua. Tais benefícios podem ser percebidos e aproveitados
principalmente no decorrer da atividade, por combater aspectos psicológicos
como medo, estresse e insegurança.
É importante salientar que os fatores
psicológicos afetam de forma direta e indireta durante toda a escalada uma vez
que o psicológico equaciona e responde de forma efetiva a demanda de toda a prática
e lidar com
estes fatores faz perceber que nossas
capacidades mentais podem ser mais limitadas que as físicas.
Esta atividade que atua
nos aspectos fisiológicos, biomecânicos e psicológicos, permite
passar por tantas adversidades e ainda querer continuar mais e mais, faz com
que a cada dia surjam novos praticantes,
pois além de todos estes benefícios a escalada relaxa trazendo bem-estar e
qualidade de vida.
Texto: Escalada e Psicologia
Alexsandro Martins "Escalador"
Karla Patricia "Psicóloga"